O protesto, convocado pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), prolongou-se entre as 9 horas e as 17 horas (hora local, menos uma hora em Portugal continental) em quase 100 cidades (incluindo Roma, Milão, Turim ou Nápoles) e obteve o apoio das duas maiores forças políticas da oposição, o Partido Democrático (PD) e a Itália dos Valores (IDV).
De acordo com a central sindical, a greve obteve uma adesão de 60% até ao meio-dia em vários sectores, incluindo transportes públicos, museus nacionais ou linhas aéreas, mas não foram divulgados novos dados.
Por sua vez, o ministro italiano de Administrações públicas e inovações, Renato Brunetta, assegurou que a adesão à greve não ultrapassou os 4%.
Os efeitos mais caóticos da paralisação foram sentidos nos aeroportos italianos de Fiumicino e Ciampino, em Roma, com o cancelamento de 100 dos 220 voos previstos e onde longas filas de turistas aguardavam informações sobre o recomeço das ligações aéreas.
Nos aeroportos milaneses, foram cancelados 144 voos, de acordo com os media italianos. Já a greve dos transportes públicos paralisou praticamente a cidade de Roma até ao final dos protestos. O diário "Il Corriere della Sera" também não saiu às bancas.
No restante território transalpino, as manifestações mais importantes decorreram em Bolonha, Turim, Milão, Florença e Nápoles.
A greve foi convocada a 23 de Agosto pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), em protesto contra um conjunto de medidas que, segundo os líderes sindicais, eliminam diversos direitos dos trabalhadores e condenam o país "à recessão económica e à decadência civil".
A central sindical contesta o último plano de ajustamento de 45,5 mil milhões de euros, aprovado pelo executivo a 12 de Agosto, e o programa de austeridade adoptado previamente a 15 de Julho.
A CGIL considera que, com estes dois planos, Berlusconi "aplicou mais impostos aos trabalhadores e aos reformados, promoveu cortes nos serviços públicos e na saúde, sem garantir o equilíbrio das contas públicas nem o favorecimento do crescimento e do emprego".
Em paralelo, a CGIL denunciou na segunda-feira uma emenda introduzida no âmbito do plano de austeridade do governo, que facilita os despedimentos, ameaçando recorrer junto do Tribunal Constitucional.
A discussão, e aprovação, do texto pelo Senado deverá ficar concluída no final da semana, devendo depois ser ratificada pela câmara de deputados (parlamento).
Sem comentários:
Enviar um comentário